“Estava a conversar amigavelmente com a Solidão e ela, como de costume, continuava calada. Então gritei: “A partir de agora tudo o que eu disser não te diz respeito!”. Ouvi logo um choro, como se fosse muito longínquo, transoceânico, e senti que Ela continuava a ter saudades minhas. Quê mistério há nesse fenómeno? Eu sei que Ela está encostada à parede, silenciosa como sempre, pouco importa. Sei que Ela é incapaz de se separar de mim. Bendita companhia que nunca incomoda mais do que é preciso!”
Dimíter Ánguelov nasceu na Bulgária (1945) e vive em Portugal desde 1981. Licenciado em filologia alemã pela Universidade de Sófia, dedica-se às línguas e literatura românicas. Foi bolseiro do ICALP (1981/1982) e da Fundação Calouste Gulbenkian (1984/1986 e 1987/1988). É mestre em filosofia pela Universidade Católica Portuguesa. Foi professor universitário, tradutor e crítico literário em vários periódicos portugueses. Fez traduções de todas as línguas românicas. Traduziu para o búlgaro autores portugueses como Fernão Mendes Pinto, Eça de Queirós e Camilo Castelo Branco, entre outros. Publicou, em 1981, a primeira gramática da língua portuguesa na Bulgária. Em Portugal, publicou 14 livros de aforismos e contos. E como fotógrafo – apaixonado pela natureza.
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