Uma perda na família leva Genoveva, uma jornalista a residir em Lisboa, a regressar inesperadamente à ilha que a viu nascer.
O leitor é então conduzido a uma viagem ao passado, com início em 1939, ano em que nasceu Matilde, a avó da jovem jornalista. Tendo como pano de fundo a vida rural da freguesia de Santo Antão, uma das zonas mais isoladas da ilha de S. Jorge, é traçado um retrato da pobreza em que vivia o povo, mergulhado nas suas crenças e tradições.
Fruto de uma união infeliz, Matilde vê o seu nascimento envolto em polémica e a vida marcada pelo sofrimento e pelo trabalho. O namoro secreto com Francisco vem proporcionar-lhe uma felicidade que não julgava possível, mas sabotada pelo antagonismo da progenitora e da irmã, que não olham a meios para os separar. Porém, todas as proibições lhe parecem insignificantes perante a partida do homem que ama para o ultramar. Um longo inverno abate-se sobre a vida dos ilhéus, enquanto os jovens soldados temem pela própria vida em terras de África, onde se constroem novas histórias de amor, de perda e de saudade.
Ao longo da história, sucedem-se os mistérios: o negro que deu à costa, lançando o pânico entre a população; Jorginho, uma alma pura, cuja missão parece ser a de dar a todos uma lição de humanidade, deixado a um sopro de abandonar o reino dos vivos; o desaparecimento de Alberto, o homossexual da freguesia, e a busca de um tesouro perdido no tempo.
Luz Vieira da Silva é natural da ilha de S. Jorge nos Açores.
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